Parabenizar nosso irmão de fé, Pai Marcos Amorim pelo belíssimo desfile do Afoxé Omõrisá Odè na passarela do Carnaval 2023. *Mãe Gardênia d´Iansã
Quando fazemos parte da vivencia da religião de origem afro, precisamos estar nos espaços da sociedade. Ser resistência é estar onde todos estão levando nossa tradição, nosso culto e costumes. Muitos que nos antecederam fizeram essa mesma caminhada, numa “missão de fé”, eles foram abrindo a estrada que hoje estamos desfilando.
“O culto aos orixás, sempre que possível, deve ser realizado nos seus pontos de força ou santuários naturais, porque nesses locais a energia ambiente é mais afim com a deles, e os magnetismos ali existentes diluem possíveis condensações energéticas existentes no campo vibratório das pessoas.[1]” (SARACENI, 2008, p. 213)
Estar na avenida com o Afoxé é uma prova da energização do povo de terreiro, assim foi com os mais velhos, está sendo assim na atualmente, assim deverá ser com as novas gerações. O carnaval é a mais pura e democrática expressão do povo brasileiro, vem da periferia como seu crer e saber passada de pai para filho, de geração em geração.
Sempre que sairmos de dentro do terreiro para nos apresentarmos para a sociedade, estamos demonstrando que a nossa fé vem abrindo espaço nesta mesma sociedade. Ao unirmos a alegria do povo, consolidando o espaço de memoria e identidade comum, estamos ampliando mais uma base de conquista, exercitando a nossa resistência.
[1] SARACEI, Rubens, 1951 – Doutrina e teologia de umbanda sagrada. São Paulo, Madras, 2008.
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